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Fisioterapia, Osteoetiopatia

Muitas pessoas convivem com cicatrizes no corpo, sejam elas provenientes de cirurgias, acidentes ou doenças. À primeira vista, parecem apenas marcas inofensivas — sinais visíveis de um processo de cura. No entanto, o que poucos sabem é que essas cicatrizes podem estar na origem de dores crónicas, disfunções musculares, alterações posturais e até sintomas emocionais. Neste artigo, exploramos em profundidade as consequências ocultas das cicatrizes e como a fisioterapia e a osteoetiopatia podem ser decisivas para restaurar o equilíbrio e o bem-estar.

 

 

O que é uma cicatriz?

 

Uma cicatriz é o resultado final do processo de cicatrização do corpo após uma lesão tecidual. Ela representa um remendo do tecido conjuntivo fibroso que substitui temporariamente a estrutura original lesionada, com o objetivo de fechar a ferida e proteger o organismo.

 

Apesar de ser uma solução biológica eficaz, a cicatriz nunca possui a mesma estrutura, elasticidade e funcionalidade do tecido original, especialmente se a lesão for profunda e atingir múltiplas camadas — pele, tecido subcutâneo, fáscia, músculo e, por vezes, vísceras.

 

 

A fáscia: O tecido que liga todo o corpo

 

A fáscia é um tecido conjuntivo contínuo que envolve músculos, ossos, órgãos e outras estruturas do corpo. É responsável por transmitir forças mecânicas, permitir deslizamento entre estruturas e manter a harmonia do movimento. Quando a fáscia é afetada por um corte profundo, como o de uma cirurgia, a sua continuidade e elasticidade são comprometidas.

 

Além disso, a fáscia possui inúmeros recetores nervosos, e qualquer agressão a esse tecido é “gravada” numa memória corporal inconsciente. Isso pode levar a bloqueios físicos e emocionais, mesmo anos após o evento que originou a cicatriz.

 

A fáscia, por estar altamente inervada, regista a memória da lesão, inclusive emocional. Situações traumáticas, como acidentes ou cirurgias de emergência, deixam marcas não apenas físicas, mas emocionais. Quando não tratadas, estas memórias mantêm o corpo em estado de defesa, dificultando a mobilidade, o relaxamento e a recuperação funcional.

 

 

Cicatrizes: Marcas visíveis com efeitos invisíveis

 

Apesar de pequenas, as cicatrizes podem desencadear um efeito dominó no corpo. Quando há perda de mobilidade na região da cicatriz, os tecidos circundantes tentam compensar essa limitação. Isso provoca alterações a longo prazo, muitas vezes sem que o paciente associe a dor ou o desconforto à cicatriz original.

 

As principais alterações causadas por cicatrizes incluem:

 

– Restrição de mobilidade tecidual

– Dor local ou irradiada

– Alterações posturais (como ombros enrolados ou inclinação pélvica)

– Dores musculares e articulares (pescoço, costas, quadris)

– Disfunções viscerais (digestivas, urinárias ou ginecológicas)

– Alterações na sensibilidade da pele (hipersensibilidade, formigueiro ou dormência)

– Comprometimento da função muscular

– Sintomas emocionais (ansiedade, tristeza, alterações de sono)

 

 

Tipos de cicatrizes patológicas

 

Nem todas as cicatrizes evoluem de forma saudável. Quando o processo de cicatrização sofre interferências, podem surgir:

 

  1. Cicatrizes Hipertróficas

Elevadas, espessas e vermelhas, mas restritas à área da lesão original.

 

  1. Queloides

Excesso de tecido cicatricial que ultrapassa os limites da lesão. Podem crescer progressivamente e ser dolorosos.

 

  1. Cicatrizes Atróficas

Afundadas em relação à pele, comuns em casos de acne severa ou varicela.

 

Cada tipo apresenta características específicas e exige uma abordagem personalizada no tratamento fisioterapêutico e osteoetiopático.

 

 

A relação entre cicatrizes e dores a longo prazo

 

Muitos pacientes procuram clínicas de fisioterapia ou osteopatia com queixas de dores persistentes no pescoço, na lombar ou mesmo dores de cabeça. O que muitos ignoram é que a origem pode estar numa antiga cicatriz abdominal, uma cesariana ou uma cirurgia ortopédica aparentemente bem-sucedida.

 

Isto acontece porque a fáscia, ao ser cortada e depois suturada, perde parte da sua mobilidade. Essa “âncora” invisível altera as tensões nas cadeias musculares, gerando compensações em outras partes do corpo — um ombro sobe, a bacia roda, a cervical é puxada para frente, e surge a dor.

 

 

Cicatrização: Um processo em três fases

 

  1. Fase Inflamatória (1 a 4 dias)

Há edema, dor, rubor e calor. O organismo inicia a resposta imunológica e a hemostasia.

 

  1. Fase Proliferativa (5 a 20 dias)

Formam-se fibroblastos e colagénio. Começa a formação da nova matriz extracelular.

 

  1. Fase de Maturação (a partir de 21 dias, podendo durar meses ou anos)

O tecido cicatricial é remodelado, tornando-se mais resistente, mas raramente igual ao original.

 

Mesmo após anos, o tecido cicatricial pode continuar a sofrer alterações, por isso é fundamental avaliá-lo regularmente.

 

 

Como a fisioterapia e a osteoetiopatia atuam nas cicatrizes?

 

Tanto a fisioterapia quanto a osteoetiopatia têm abordagens eficazes para libertar restrições teciduais causadas por cicatrizes, promovendo um reequilíbrio postural e funcional.

 

Avaliação individualizada

 

Antes de iniciar qualquer tratamento, é realizada uma avaliação completa para:

 

– Identificar o tipo de cicatriz

– Analisar a mobilidade do tecido cicatricial

– Verificar compensações posturais

– Avaliar padrões respiratórios e emocionais

 

Técnicas utilizadas

 

Libertação miofascial: mobilização das aderências e tecidos restritos

Mobilização visceral: essencial quando há envolvimento abdominal ou pélvico

Mobilização diafragmática: melhora o padrão respiratório e reduz tensões viscerais

Neuromodulação e EPI (eletrólise percutânea): para melhorar o trofismo e a função neuromuscular

Reeducação Postural Global (RPG): corrige padrões compensatórios

Pilates Clínico e Exercício Terapêutico: reeduca o controlo motor e fortalece as cadeias musculares

 

 

A importância da intervenção global

 

Uma cicatriz não deve ser tratada de forma isolada, mas sim no contexto global do corpo. Mesmo que esteticamente pareça discreta, os efeitos que produz podem ser profundos e multifatoriais.

 

Apenas massajar a zona com creme hidratante, embora útil para a pele, não é suficiente para desfazer as alterações funcionais internas.

 

 

Objetivos do tratamento fisioterapêutico e osteoetiopático

 

– Reduzir a dor e o desconforto

– Restaurar a mobilidade tecidual

– Reintegrar a função neuromuscular

– Corrigir alterações posturais

– Melhorar a biomecânica corporal

– Reequilibrar as tensões fasciais

– Restaurar a funcionalidade visceral e diafragmática

– Promover o bem-estar emocional

 

 

Casos comuns em que a cicatriz é a causa oculta

 

Cesariana: dores lombares, alterações abdominais, dor pélvica

Apendicectomia: dores na lombar ou no ombro direito (por alterações viscerais)

Cirurgias ortopédicas (joelho, anca, coluna): restrições musculares e compensações posturais

Episiotomia ou parto vaginal traumático: dor pélvica, dor nas relações sexuais

Cirurgias oncológicas (mastectomia, histerectomia): alterações na respiração, postura, humor

 

 

Cicatrizes precisam de atenção especializada

 

A cicatriz é inevitável em muitos casos — parte de um processo de cura, de uma cirurgia necessária, de uma cesariana, mas não precisa ser sinónimo de dor, limitação ou desequilíbrio. Com o tratamento certo, é possível transformar essa marca numa parte funcional e integrada do corpo.

 

Se sente dor inexplicável, rigidez, cansaço crónico, alterações posturais ou desconfortos após uma lesão ou cirurgia antiga, a causa pode estar numa cicatriz mal tratada. A fisioterapia e a osteoetiopatia têm um papel fundamental na identificação e tratamento dessas alterações.

 

No Centro de Terapia Manual – Filipe Ramos temos profissionais especializados na avaliação e tratamento de cicatrizes, com uma abordagem global, integrada e personalizada. Se necessitar da nossa ajuda, contacte-nos ou marque já a sua consulta.

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Fisioterapia

O esporão do calcâneo é uma projeção anormal de um pequeno segmento do osso do calcanhar, o calcâneo. Ou seja, no osso é formado uma protuberância óssea que corresponde a um depósito anormal de cálcio.

 

Na maioria das vezes, o esporão localiza-se na parte inferior do calcâneo (por baixo do osso do calcanhar) e não é visível do exterior. Para o diagnosticar, o médico tem que recorrer a meios complementares de diagnóstico, como o raio-x, por exemplo.

 

O calcâneo é o maior osso do nosso pé. É o calcâneo que sustenta o peso do nosso corpo, dessa forma suporta um impacto constante e intenso. Durante a marcha, cada um dos calcanhares suporta o peso de todo o corpo de forma alternada. Essa carga é aliviada por camadas de tecido situadas sob o calcanhar.

 

 

O que causa o esporão do calcâneo?

 

Este crescimento ósseo é causado por microtraumatismos provenientes do nosso dia-a-dia. No entanto, existem diversos fatores de risco que facilitam o seu desenvolvimento, tais como:

– usar calçado inadequado;

– ter excesso de peso (obesidade);

– praticar desportos que exijam um elevado impacto do pé no chão;

– permanecer muitas horas de pé;

– ter o pé chato ou o pé cavo;

– pisada desajustada.

 

O esporão calcâneo também é mais comum em pessoas com mais idade, sobretudo depois dos 40 anos. A osteoartrite, a artrite reumatóide, a insuficiência circulatória e outras doenças degenerativas também se associam a um maior risco de esporão calcâneo. Pode existir uma tendência genética para este quadro.

 

 

Quais são os principais sintomas do esporão do calcâneo?

 

Entre os sintomas mais comuns do esporão do calcâneo, destacamos:

– dor intensa ao apoiar o peso do corpo no calcanhar;
– dor na sola do pé;
– inchaço no calcanhar e no tornozelo;
– dor que melhora ao ficar com os pés repousados e piora ao fazer atividades como subir escadas ou caminhar.

 

 

Como tratar o esporão do calcâneo?

 

A Fisioterapia continua a ter uma resposta muito eficaz no tratamento do esporão do calcâneo, melhorando bastante a qualidade de vida do paciente.

 

Nas sessões de Fisioterapia, serão realizadas diversas técnicas que visam a melhoria dos sintomas, tais como:

 

– realização de exercícios de alongamento, que permitam o estiramento;

– realização de exercícios para estimular a curvatura ideal do pé e a mobilização da fáscia;

– aplicação de ondas de choque, para os casos onde após 6 meses ainda continue a ocorrer sintomatologia (dor crónica);

– técnica de crochetagem ou de massagem transversa profunda que podem causar algum desconforto, mas libera a fáscia;

– entre outras técnicas e exercícios.

 

Trate já das suas dores nos pés no Centro de Terapia Manual! Não espere mais e agende já a sua consulta. Esperamos por Si!
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